sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Diretor do DIEESE analisa a conjuntura no Encontro Nacional


José Silvestre Prado situou com grande clareza, que na medida em que o Brasil cresce de modo sustentado, não pode perder de vista que nos países ricos e desenvolvidos a massa salarial supera os 55% do PIB, chega a 60% na França e aqui ainda não chegamos aos 40%, além de termos de superar os desafios da educação, da qualificação e da qualidade da saúde.

O Brasil tem capacidade para enfrentar a crise, mas não pode se declarar totalmente imune aos seus efeitos. O País hoje tem muito mais reservas, internacionais (333.016 bilhões de dólares) que tinha quanto da crise de 2008.


Alguns indicadores são importantes de serem destacados:

Taxa de desemprego total das regiões metropolitanas + Brasília:

2003 – 21% ( esse é o nível médio de desemprego em alguns países da Europa)

2010 – 12%

Queda considerável da taxa de desemprego em razão do desempenho da economia brasileira.
A massa salarial cresce numa velocidade maior que o emprego. Mesmo que você tenha mais gente trabalhando, só que muitas dessas pessoas que entraram no mercado de trabalho entraram com um salário menor.

A massa cresce muito mais em função da ampliação do emprego do que do aumento da remuneração média.

Do ponto de vista do crédito: em dez/2003 o volume de crédito disponível era de 24% do PIB = 444 bilhões de reais.

Hoje, mais do dobrou em porcentagem, além do aumento absoluto do PIB.  O PIB em dez/2010 tem 47% de oferta de crédito e praticamente dobrou aproximando-se 1,3 trilhão de reais

Renda + crédito + investimento é o tripé que sustenta o crescimento da economia brasileira.

Outro indicador importante que contribui para o crescimento do Brasil é a evolução do SM real, graças às centrais, permitiu que o SM de abril de 2001 a março de 2011 crescesse 54%. Isto é a transferência da renda da produtividade da economia para os salários, ou seja, o Estado transferindo renda. Impacto em 47 milhões de pessoas.

Isso aqui é o resultado das negociações que os sindicatos fizeram de 2001 a 2010: período de 10 anos (baseado no INPC-IBGE). Em 2003 foi o pior ano, aproximadamente 52% das negociações tiveram um desempenho fraco.

Em 2003, tivemos uma mudança de governo, inflação (20%), a taxa de cambio disparou para quase 4% e a taxa de juros chegou (selic) 25%. Isso teve reflexo no desempenho da economia. Já em 2010 foi o melhor ano: 89% das negociações salariais tiveram algum ganho real.

O salário não é vilão, pois os ganhos reais ficaram muito abaixo do crescimento do PIB.

Participação dos grupos do setor de telecomunicações no Brasil no 1 trimestre de 2011, foi na ordem de 3 bilhões de reais.

Emprego formal no setor de Telecom chega a 1 milhão de trabalhadores, mas o que as empresas divulgam por meio da RAIS e segundo os dados do MTB chegam a 147 mil empregos. Os indicadores sociais do trabalho no setor chamam a atenção pela profunda transformação, se comparados com o período anterior à privatização.

Considerando os dados do MTB: 90% em Telecom estão em Telecom por fio, sem fio e comunicação via satélite.

Emprego formal em telecom: 56% SP, RJ 22,5

40% mulheres 60% homens

Faixa etária de 30 a 39 anos são quase 50%

Escolaridade: 66% ensino médio

Remuneração média da categoria de 2 a 5 SM = 36%

Teletendimento,segundo a RAIS 2010 com 334 mil trabalhadores contabilizados

74% mulheres
87% tem ensino médio completo
52% tem até 24 anos
75% tem menos de 30 anos
3% dos estabelecimentos acima de 1000 empregados e que concentram 83%dos trabalhadores
81% ganham até 2 SM

Fonte:

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