segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Governo vai editar lei contra demissões sem justa causa


Rotatividade na mira - Empresas que demitem muito terão de bancar uma parcela maior da conta do seguro-desemprego

Ministro Brizola Neto
Empresas que demitem muito terão de bancar uma parcela maior da conta do seguro-desemprego. A contribuição adicional para empresas com alto índice de rotatividade de mão de obra é prevista na Constituição, mas não saiu do papel nos últimos 24 anos. O estudo para finalmente regulamentar a cobrança foi encomendado pelo ministro do Trabalho, Brizola Neto, depois de o pagamento do benefício bater recorde de R$ 23,8 bilhões em 2011 e seguir no mesmo ritmo neste ano. A rotatividade acima da média está concentrada em 30% das empresas, onde menos de sete a cada 100 trabalhadores continua empregado após um ano de carteira assinada.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) vai encaminhar um Projeto de Lei Complementar (PLC), iniciativa para regulamentar o mecanismo de combate à rotatividade de pessoal, confrontando empresas que demitem sem justa causa. O ministro do Trabalho, Brizola Neto, revelou que a estratégia é combater o desemprego, fraudes nas demissões e quando patrão e empregado combinam demissão de fachada para que o trabalhador receba o seguro-desemprego.

Em 2009, a taxa de rotatividade alcançou 36% e chamou a atenção do governo. Em 2007, o número estava em 34,3%. Essa evolução, pesquisada pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do MTE, é motivo de preocupação. Segundo o ministro, em 2013 modelo piloto com oito agências testará sistema de monitoramento de empregos. O programa funcionará em conjunto com a Previdência.

Brizola Neto detalhou a plataforma: “Teremos controle para saber quanto tempo o trabalhador está demorando para ser atendido, quanto ele demora para receber proposta de emprego, além da demora em pedidos de qualificação, abono ou matrícula em curso de capacitação”.

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