sexta-feira, 27 de maio de 2011

Tribuna da Bahia: Presidente do Sinttel comenta redução da jornada de trabalho


 
TST reduz jornada de trabalho
Catiane Magalhães
Em decisão unânime, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) reduziu a carga horária dos operadores de teleatendimento ou telemarketing de oito para seis horas diárias. A decisão se deu por entender que estes profissionais realizam um serviço semelhante ao dos telefonistas, que trabalham 36 horas semanais contra até 56 horas da categoria.
 Esta não foi a única conquista. Em plenário, os 27 ministros, que compareceram a sessão especial, votaram também a favor que os empregadores paguem o vale-transporte, independentemente de o trabalhador morar perto ou longe do ambiente de trabalho.
De acordo com o diretor-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado da Bahia (Sinttel), Joselito Ferreira, esta já é uma realidade antiga para os profissionais de Salvador, que conseguiram, em acordo coletivo firmado em 2001, não só a redução da jornada, mas benefícios, como plano de saúde e odontológico, folga aos domingos, além de auxílios alimentação e creche.
“Todas as empresas baianas ligadas ao Sinttel cumprem o acordo coletivo, que determina uma jornada diária de seis  horas e vinte minutos, referente ao descanso do trabalhador, já que esta é uma atividade altamente penosa, que requer uma pausa durante o exercício”, assegura Ferreira.

Apesar disso, o presidente do Sinttel reconhece que há no Estado empresas que não são sindicalizadas e, portanto, não seguem a regra. “São minorias, mas existem empresas que exploram o funcionário, exigindo deste uma jornada de até dez horas por dia. Já estamos fazendo o mapeamento destes call centers para intervirmos, com a formulação de um acordo coletivo específico”, comenta.

Conforme determina a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a empresa deve pagar com acréscimo de 50% sobre o salário-hora normal o tempo excedente ao período de permanência prevista por lei, ou seja, seis horas diárias ou 36 horas semanais. A mesma lei também estabelece que empregados sujeitos a horários variáveis devam trabalhar por, no máximo, sete horas por dia.

Para o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Distrito Federal (Sinttel-DF), Lula Torres, a delimitação da carga horária representará uma conquista para estes profissionais. Ao todo, estima-se que mais de um milhão de operadores estejam em atividade em todo o Brasil.

Segundo ele, os profissionais das áreas de telemarketing e teleatendimento trabalham em situação precária e, com o tempo, desenvolvem problemas como estresse, pressão psicológica e Lesão por Esforço Repetitivo (LER). “Diante das condições atuais de trabalho, muitos profissionais acabam deixando a área”, argumenta, sob alegação de que a rotatividade de trabalhadores gira em torno de 50% por ano.

Publicada: 26/05/2011 01:15| Atualizada: 26/05/2011 00:29


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