segunda-feira, 23 de maio de 2011

Após 21 dias, trabalhadores da ARM no Rio Grande do Sul voltam a trabalhar

Os trabalhadores terceirizados da Oi, empregados da empresa cearense RM, voltaram a trabalhar após 21 dias de greve.

Em assembleia extraordinária encerrada no início da noite de quinta-feira, foi aprovada a proposta sugerida na mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Na mediação, em função da impossibilidade de acerto entre as partes de todos os itens da negociação, a desembargadora sugeriu que fosse acertado o Acordo Coletivo de Trabalho e somente o item reclassificação (mesma função = mesmo salário), ficasse para o julgamento do Tribunal. Assim, o que já havia sido negociado entre as partes se manteria, sem risco de a Justiça julgar a menor.

No dia 18 de maio, a assembleia dos trabalhadores não aceitou a proposta de reclassificação, pois esta, em vez de resolver a isonomia dos trabalhadores de mesma função, ainda criava um prejuízo para os instaladores que, definitivamente, trocariam os 36% de acréscimo nos seus salários, devidos pela RM, por uma nova classificação, com atribuições de novas funções, com limitação de vagas e limitação do reajuste em só mais 7% – em vez dos 36% devidos.

No dia 19 de maio, em função da proximidade do julgamento do dissídio, que poderia colocar em risco as conquistas, e em função do desgaste de uma paralisação muito longa, onde nas últimas 24 horas, havia reduzido em 40% o número de grevistas, sabiamente a categoria, ainda em greve, resolveu pela maioria dos trabalhadores presentes nas assembleias, aprovar a proposta negociada e retornar ao trabalho, hoje. Foram 306 votos favoráveis contra 175 contrários.

Com isto garantimos para todos, graças ao esforço final dos guerreiros, o reajuste de 6,31%, nos salários, locação de veículos e demais cláusulas econômicas, um tíquete no valor de R$ 14,00, com desconto de 11%, e ganho real de 28% (quem tinha cesta menor); 18% (quem tinha cesta maior) e 8% (quem tinha cesta maior e vale-lanche).

Agora, o tíquete é igual para todos e o referente às férias passa de 26 tíquetes (de R$ 9,00) para 26 tíquetes (de R$ 14,00), que equivale a 55% de ganho real nos tíquetes de férias. Fora isto, será pago mais 0,5% de aumento salarial de anuênio para os que já tiverem 1 (um) ano de RM. Tudo isto será pago retroativo a 1º de abril.

Ainda foi garantido o pagamento da diferença nas horas-extras (pagas a menor desde 1º de abril de 2010) para quem recebe o adicional de periculosidade, parceladas em, no máximo, 4 (quatro) parcelas mensais, a partir desta folha de pagamento, bem como o pagamento retroativo da diferença salarial paga a menor, para alguns trabalhadores da região das Missões que migraram da ETE – esta diferença será paga em uma só parcela, na próxima folha salarial.

Foi garantida ainda a inclusão do aluguel de veículos e da produção no Acordo Coletivo; a discussão de um novo modelo de produção em 30 dias, com a participação do Sinttel e considerando as sugestões de pauta da categoria, bem como a garantia de não desconto dos dias parados aos grevistas, no salário, tíquetes ou locação de veículos. Somente serão compensados 50% dos dias parados, com o adicional de 1 (uma) hora a mais de trabalho, de segunda a sexta-feira.

A categoria em greve autorizou o desconto de R$ 20,00 por trabalhador, para o Sindicato, para ajudar a custear as despesas de greve, confecção de uma cartilha com o conteúdo do Acordo Coletivo e fotos da greve. Estes recursos também serão utilizados, para ajudar o Sinttel a custear uma confraternização com os trabalhadores, para comemorar o resultado da greve.

Parabéns a todos os telefônicos que participaram desta greve histórica da categoria:

A MAIOR GREVE DOS TRABALHADORES TELEFÔNICOS TERCEIRIZADOS DE TODOS OS TEMPOS NO RIO GRANDE DO SUL!


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