quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Grupo Telmex (Embratel e Claro) ataca e demite dirigentes sindicais

Em menos de um ano, o grupo mexicano Telmex, que detém no Brasil o controle da Embratel e da Claro, demitiu três dirigentes sindicais: dois da Embratel (um no Rio de Janeiro e outro no Mato Grosso) e um da Claro Rio.  Dois desses dirigentes foram demitidos por justa causa, sem que qualquer prova fosse apresentada contra eles. 

O ataque do grupo Telmex, do biliardário Carlos Slim, não é de hoje. A sua prática, desde que começou a atuar no mercado de telecomunicações brasileiro, é claramente antissindical. Em 2002 a Claro demitiu uma dirigente do Sinttel-RN. Foi pressionada pela Federação e teve que reintegrar a sindicalista. Em 2007, a empresa demitiu Alexandre Barbosa, diretor de base do Sinttel-Rio. Novamente as entidades pressionaram e o companheiro foi reintegrado. Em 2010, a Claro demitiu um diretor do Sinttel-Go e da Fenattel e, desta vez, não recuou diante das nossas pressões. Mas uma ação judicial tramita na Justiça cobrando a reintegração do companheiro. Agora a Claro volta novamente sua artilharia contra Alexandre Barbosa, da Claro Rio, demitindo-o pela segunda vez. 
EMBRATEL FAZ ESCOLA - A Claro repete o que fez a Embratel com Filipe Alvez Godinho em novembro de 2011, e com Antonio José Mendes Neto, há cerca de duas semanas. O Sindicato vai denunciar as empresas em todos os fóruns trabalhistas nacionais e internacionais. Não vamos permitir que a Telmex faça no Brasil o que faz com os trabalhadores de telecomunicações mexicanos.

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Alexandre Barbosa, diretor do Sinttel, 41 anos, 13 dos quais de serviços prestados a Claro, foi demitido no final da semana passada pela segunda vez, agora por justa causa.O argumento para a justa causa é de que ele fazia "espionagem", ou seja, passava informações de clientes para outras empresas. Alexandre refutou a acusação e exigiu provas da Claro. As provas não existem, embora a Claro diga que sim e tenha apresentado um e-mail trocado por Alexandre com o compadre, falando de futebol. Desde quando isso comprova espionagem? A justa causa, na verdade, é um golpe da empresa para demitir um dirigente sindical combativo, dinâmico e que não baixa a cabeça diante dos abusos da Claro contra os seus empregados. O Sindicato fez um ato na frente da empresa em Botafogo e contou com a adesão de muitos trabalhadores.
Antônio José Mendes Neto, 57 anos, recebeu um "presente de grego": foi demitido sem nenhuma justificativa da Embratel após 32 anos de dedicação. O único motivo para sua demissão, segundo o próprio Antônio acredita, é sua militância em defesa dos trabalhadores como membro do Sinttel-MT e representante do Sindicato na Comissão Nacional de Negociação junto à Fenattel. Ele iniciou sua atuação na empresa em janeiro de 1980, por meio de concurso público. Em sua trajetória, tornou-se contador da empresa, lotado na diretoria financeira. Sempre esteve empenhado na defesa dos direitos dos trabalhadores.  "Não tenho nenhuma advertência ou outra reclamação que desabone a minha conduta profissional", enfatiza Antônio para ressaltar que sua demissão é política e resultado da prática antissindical da nova gestão da empresa.
Filipe Alves Godinho, quatro anos de empresa, trabalhava no setor de administração de rede de transporte no Rio e foi demitido às vésperas do Natal. Para sua absoluta surpresa, foi chamado ao setor de Recursos Humanos da empresa para assinar a demissão por justa causa sob a alegação de assédio sexual a uma colega. Ele pediu provas disso, mas a empresa se negou a apresentar. Felipe nega o assédio a quem quer que seja e credita sua demissão por ser um dos poucos representantes sindicais, cargo que não oferece estabilidade. O Sindicato exigiu provas contra Filipe, tentou reverter a demissão e não conseguiu. Sem outra alternativa, o Departamento Jurídico do Sinttel-Rio entrou com ação contra a empresa. A primeira audiência está marcada para o dia 20 de março.  

Fonte:
http://www.sinttelrio.org.br/Noticia.aspx?id=2081

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