quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Tim derruba sinal de propósito

É o que diz o relatório da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ao acusar a TIM de interromper de propósito chamadas feitas no Plano Infinity, no qual o usuário é cobrado por ligação, e não por tempo, aquele da propaganda "fale ilimitado para qualquer lugar por apenas R$ 0,25". 

A conclusão da Anatel não é novidade para os milhares de brasileiros que aderiram à campanha publicitária da empresa e adquiriam o Plano Infinity. A TIM vendeu tanto que as concorrentes resolveram fazer o mesmo e criar planos semelhantes. Ao derrubar as chamadas, a TIM fere gravemente o direito do consumidor.

A queixa dos usuários é generalizada. Numa pesquisa entre empregados do Sinttel-Rio que têm o plano, a resposta foi uma só: tem que ligar três, quatro vezes para concluir uma conversa. Isso quando conseguem, porque na maioria das vezes, conforme relatos, não se consegue mais completar a chamada de volta.

O que os clientes TIM Infinity querem saber é o que a Anatel vai fazer para obrigar a empresa a respeitar os usuários e garantir o serviço conforme foi oferecido. 

QUEDA DE 8,1 MILHÕES DE LIGAÇÕES

A agência monitorou as ligações em todo o Brasil e comparou as quedas das ligações de usuários Infinity e "não Infinity". A conclusão foi que a TIM "continua derrubando' de forma proposital as chamadas de usuários do plano Infinity". O documento apontou que o índice de queda de ligações no Plano Infinity é quatro vezes superior ao dos demais usuários. O plano entrou em vigor em março de 2009.

O relatório, feito entre março e maio de 2012, foi entregue ao Ministério Público do Paraná, de onde partiu a denúncia. "Sob os pontos de vista técnico e lógico, não existe explicação para a assimetria da taxa de crescimento de desligamentos entre duas modalidades de planos", diz o relatório.

O documento ainda faz um cálculo de quanto os usuários gastaram com as quedas de ligações em um dia: no dia 8 de março deste ano, afirma o relatório, a operadora "derrubou" 8,1 milhões de ligações, o que gerou faturamento extra de R$ 4,3 milhões.

Durante as investigações, a TIM relatou ao Ministério Público que a instabilidade de sinal era "pontual" e "momentânea".

A operadora citou dados fornecidos à Anatel para mostrar que houve redução, e não aumento, das quedas de chamadas. As informações, no entanto, foram contestadas no relatório da agência.

A Anatel afirma que a TIM adulterou a base de cálculos e excluiu do universo de ligações milhares de usuários com problemas, para informar à agência reguladora que seus indicadores estavam dentro do exigido.

A agência afirma, por exemplo, que a operadora considerou completadas ligações que não conseguiram linha e cujos usuários, depois, receberam mensagem de texto informando que o celular discado já estava disponível.

Com base nos dados, o Ministério Público do Paraná pede a proibição de vendas de novos chips pela TIM no estado, o ressarcimento de consumidores do Plano Infinity no Paraná por gastos indevidos e o pagamento, pela empresa, de indenização por dano moral coletivo.

Fonte: Sinttel Rio

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