Operadoras ganham muito e repassam pouco para os seus trabalhadores
Com a abertura do mercado de Telecom
no Brasil, instalaram-se aqui várias operadoras transnacionais de
telecomunicações que há anos travam uma luta constante para conquistar milhões
de clientes país afora.
Não por acaso, o Brasil já é o
sexto país em número de celulares habilitados em todo mundo, com mais de 250
milhões. Com crescimento também nas áreas de banda larga, dados e telefonia
fixa. Essas operadoras acumulam, ano após ano, uma lucratividade sem
precedentes.
Esse crescimento e lucratividade
contrastam com as tarifas cobradas aos usuários (está entre as maiores do mundo
e o setor é líder em reclamações) e com o que é repassado àqueles que realmente
suam a camisa e fazem esse resultado aparecer: NÓS, trabalhadores e
trabalhadoras dessas operadoras de telefonia.
Desde o início da privatização
essas empresas têm praticado uma terceirização desenfreada a qual faz com que a
remuneração e benefícios desses trabalhadores nem de perto acompanham seus
crescimentos. Mesmo nas operadoras, há um bom tempo, os salários estão sendo
balizados por baixo, isso para não falar das empresas terceirizadas que pratica
verdadeiro massacre a seus trabalhadores. .
As operadoras geralmente exigem
um quadro de empregados super qualificado e os salários e benefícios pagos a
estes trabalhadores muitas vezes são ínfimos em comparação com suas
lucratividades. Não há um plano de cargos e salários transparente nestas
empresas, quem se destaca um pouco mais em suas tarefas tem salários
diferenciados dos demais, gerando uma disputa interna por permanência no
emprego e por salário um salário melhor.
Com o fim da era da inflação os
reajustes salariais dos trabalhadores das operadoras de Telecom em suas datas
base, basicamente, passaram a repor apenas a inflação do período. Conforme
aponta o levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (DIEESE), em 97% dos acordos coletivos fechados no ano de 2012
as categorias receberam aumento real girando em 2% e 4%, o que mostra que
outras categorias não tem sofrido tanto com essa defasagem salarial quanto o
nosso segmento.
Por conta disso o Sinttel Bahia e
a Fenattel (nossa federação) tem tentado buscar alternativas para melhorias dos
acordos coletivos negociados com o
patronato, mas esbarra na
intransigência e ganância patronal. Essas conquistas, que são mínimas, são
perceptíveis na cesta de benefícios e na Participação nos Lucros e Resultados
dos ACT’s. Mas o que conseguimos ainda é muito pouco frente à qualificação
exigida e o trabalho desenvolvido por esses profissionais do setor de Telecom.
Nas próximas páginas, acompanhem
um resumo comparativo dos Acordos Coletivos de Trabalho fechados com as várias
empresas de telefonia em 2012, onde mostramos por A+B que, apesar de alguns
avanços, salientamos o que essas empresas repassam para os seus trabalhadores é
muito pouco apesar de toda sua lucratividade.
Veja
o comparativo dos ACT´s nas operadoras de telefonia
Quanto ao Reajuste Salarial neste
último Acordo Coletivo de Trabalho, todas operadoras se limitaram em repor a
inflação do período em cada data-base. Algumas empresas ainda insistem com
faixa salarial que caracteriza um verdadeiro apartheid entre os trabalhadores.
O pleito dos sindicatos/federação é sempre reajuste de 100% do INPC para todos,
sem faixa salarial e com ganho real de 10% para todos trabalhadores.
Vejam algumas clausulas mais
impactantes na vida laboral dos trabalhadores desses acordos tanto nos ACT’s
como em acordo de PPR:
Lojas - Chega de divisão, acordos iguais, JÁ!
Outro problema que precisa ser
combatido e é bandeira prioritária do Sinttel Bahia e da Fenattel é a questão
das lojas de serviços das operadoras. Não iremos nos calar com essa divisão
imposta pelo patrão. Acordos iguais já!
Vivo - Foi a primeira a
primarizar as suas lojas, porém, os acordos coletivos das lojas são diferentes
dos trabalhadores do escritório (telefonia) o que tem causado frustração ao
conjunto dos trabalhadores.
TIM - Mantinha para as
lojas o mesmo acordo da telefonia (escritório e corpo técnico), mas nesta
última negociação (2012) eles recuaram e retiraram benefícios destes
companheiros diferenciando-os dos acordos da telefonia, apesar dos protestos do
Sinttel Bahia e da Fenattel.
Oi - Primarizou algumas de
suas lojas no último ano, mas tem um dos piores acordos de loja própria das
operadoras e precisa avançar muito para que estes trabalhadores possam ter um
acordo coletivo decente. Na última negociação a empresa se comprometeu em
discutir o PPR/PLACAR em março de 2013. Vamos cobrar esse compromisso assumido.
Claro - A Claro praticava
até este último acordo negociado o mesmo acordo tanto para a telefonia
(escritório/corpo técnico) como para as lojas, porém, a partir do dia 1º de janeiro de 2013 a empresa sem aviso
prévio aos trabalhadores, mudou o plano médico das lojas de Bradesco para
Unimed. Este plano não tem agradado aos usuários de Salvador e não vai ser
diferente para os trabalhadores das lojas Claro.
ERRATA - Na tabela comparativa dos acordos das operadoras, duas informações sairam incorretas, por issso, segue correção:
Oi - Reajuste Salarial - 100% do INPC para todos os trablahadores. A empresa não adotou faixa salarial/ reajuste na data base.
VIVO - Tíquete - R$ 14,61 por folha (segunda a sábado) para as lojas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário