terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Jornal Alô Base: Edição Especial Operadoras

Operadoras ganham muito e repassam pouco para os seus trabalhadores

Com a abertura do mercado de Telecom no Brasil, instalaram-se aqui várias operadoras transnacionais de telecomunicações que há anos travam uma luta constante para conquistar milhões de clientes país afora.

Não por acaso, o Brasil já é o sexto país em número de celulares habilitados em todo mundo, com mais de 250 milhões. Com crescimento também nas áreas de banda larga, dados e telefonia fixa. Essas operadoras acumulam, ano após ano, uma lucratividade sem precedentes.

Esse crescimento e lucratividade contrastam com as tarifas cobradas aos usuários (está entre as maiores do mundo e o setor é líder em reclamações) e com o que é repassado àqueles que realmente suam a camisa e fazem esse resultado aparecer: NÓS, trabalhadores e trabalhadoras dessas operadoras de telefonia.

Desde o início da privatização essas empresas têm praticado uma terceirização desenfreada a qual faz com que a remuneração e benefícios desses trabalhadores nem de perto acompanham seus crescimentos. Mesmo nas operadoras, há um bom tempo, os salários estão sendo balizados por baixo, isso para não falar das empresas terceirizadas que pratica verdadeiro massacre a seus trabalhadores. .

As operadoras geralmente exigem um quadro de empregados super qualificado e os salários e benefícios pagos a estes trabalhadores muitas vezes são ínfimos em comparação com suas lucratividades. Não há um plano de cargos e salários transparente nestas empresas, quem se destaca um pouco mais em suas tarefas tem salários diferenciados dos demais, gerando uma disputa interna por permanência no emprego e por salário um salário melhor.

Com o fim da era da inflação os reajustes salariais dos trabalhadores das operadoras de Telecom em suas datas base, basicamente, passaram a repor apenas a inflação do período. Conforme aponta o levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em 97% dos acordos coletivos fechados no ano de 2012 as categorias receberam aumento real girando em 2% e 4%, o que mostra que outras categorias não tem sofrido tanto com essa defasagem salarial quanto o nosso segmento. 

Por conta disso o Sinttel Bahia e a Fenattel (nossa federação) tem tentado buscar alternativas para melhorias dos acordos coletivos negociados com o patronato,        mas esbarra na intransigência e ganância patronal. Essas conquistas, que são mínimas, são perceptíveis na cesta de benefícios e na Participação nos Lucros e Resultados dos ACT’s. Mas o que conseguimos ainda é muito pouco frente à qualificação exigida e o trabalho desenvolvido por esses profissionais do setor de Telecom.

Nas próximas páginas, acompanhem um resumo comparativo dos Acordos Coletivos de Trabalho fechados com as várias empresas de telefonia em 2012, onde mostramos por A+B que, apesar de alguns avanços, salientamos o que essas empresas repassam para os seus trabalhadores é muito pouco apesar de toda sua lucratividade.


Veja o comparativo dos ACT´s nas operadoras de telefonia

Quanto ao Reajuste Salarial neste último Acordo Coletivo de Trabalho, todas operadoras se limitaram em repor a inflação do período em cada data-base. Algumas empresas ainda insistem com faixa salarial que caracteriza um verdadeiro apartheid entre os trabalhadores. O pleito dos sindicatos/federação é sempre reajuste de 100% do INPC para todos, sem faixa salarial e com ganho real de 10% para todos trabalhadores.

Vejam algumas clausulas mais impactantes na vida laboral dos trabalhadores desses acordos tanto nos ACT’s como em acordo de PPR:


Lojas - Chega de divisão, acordos iguais, JÁ!

Outro problema que precisa ser combatido e é bandeira prioritária do Sinttel Bahia e da Fenattel é a questão das lojas de serviços das operadoras. Não iremos nos calar com essa divisão imposta pelo patrão. Acordos iguais já!

Vivo - Foi a primeira a primarizar as suas lojas, porém, os acordos coletivos das lojas são diferentes dos trabalhadores do escritório (telefonia) o que tem causado frustração ao conjunto dos trabalhadores.

TIM - Mantinha para as lojas o mesmo acordo da telefonia (escritório e corpo técnico), mas nesta última negociação (2012) eles recuaram e retiraram benefícios destes companheiros diferenciando-os dos acordos da telefonia, apesar dos protestos do Sinttel Bahia e da Fenattel.

Oi - Primarizou algumas de suas lojas no último ano, mas tem um dos piores acordos de loja própria das operadoras e precisa avançar muito para que estes trabalhadores possam ter um acordo coletivo decente. Na última negociação a empresa se comprometeu em discutir o PPR/PLACAR em março de 2013. Vamos cobrar esse compromisso assumido.

Claro - A Claro praticava até este último acordo negociado  o mesmo acordo tanto para a telefonia (escritório/corpo técnico) como para as lojas, porém, a partir do dia 1º de janeiro de 2013 a empresa sem aviso prévio aos trabalhadores, mudou o plano médico das lojas de Bradesco para Unimed. Este plano não tem agradado aos usuários de Salvador e não vai ser diferente para os trabalhadores das lojas Claro.

ERRATA - Na tabela comparativa dos acordos das operadoras, duas informações sairam incorretas, por issso, segue correção:

Oi - Reajuste Salarial - 100% do INPC para todos os trablahadores. A empresa não adotou faixa salarial/ reajuste na data base.

VIVO - Tíquete - R$ 14,61 por folha (segunda a sábado) para as lojas.

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